Páginas

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Contos de Fadas Bizarros: Parte 2 - A Bela Adormecida

Bela Adormecida
Essa fábula conta com as mais diversificadas versões. E as mais bizarras!
Na versão mais conhecida, Bela ganha presentes de algumas fadas, porém a fada mais antiga é esquecida por acharem que ela estava morta. E a mesma diz que ao completar 15 anos, a jovem princesa espetará do dedo numa agulha e morrerá. Mas uma pequena e serelepe fada que se manteve escondida, diz que ela apenas adormecerá, e acordará com um beijo de amor do príncipe.
Inocente é quem acreditou que assim seria! Nas primeiras versões, ao invés da princesa espetar seu dedo em uma agulha e cair desacordada, é uma farpa que lhe encrava debaixo da unha causando-lhe o mesmo efeito. O que não causa o mesmo efeito à princesa é o príncipe que a encontra.
Conhecendo o paradeiro, o príncipe ‘encantado’ volta durante os nove meses.
O rapaz ao encontrá-la imune, resolve ‘tirar uma casquinha’ e estupra Bela, deixando-a grávida de primeira. Já conhecendo o paradeiro, volta lá durantes os nove meses para brincar mais um pouco com o corpo inanimado. As crianças nascem com a princesa ainda adormecida e a única coisa que a faz acordar, é quando um dos gêmeos procurando o que comer, chupa a ponta do seu dedo e retira a farpa que a fazia dormir.
Quando o príncipe retorna e a encontra com as duas crianças, resolve se casar com ela. E um dos pontos citados nessas duas fábulas é que a rainha, mãe do príncipe, tem horror por crianças. E mais uma vez o canibalismo é apontado num conto.

Canibalismo em 'A Bela Adormecida'
Sendo assim, os dois decidem esperar para que ela possa de fato ser reconhecida como esposa do príncipe-estuprador. Passam-se os anos e o pai do príncipe morre, tornando-o rei, conseqüentemente. Mas a velha rainha, ao conhecer sua nora e seus netos, não se deixa intimar por seu filho ter se tornado rei. E na primeira viagem que ele realiza, a velha pede os gêmeos e a nora para o jantar.
Mas o cozinheiro consegue enganar a malvada rainha com alguns animais, escondendo-os para que realmente achasse que estivessem mortos e se deliciando de suas carnes. Ao retorno do príncipe, contam-lhe o que aconteceu em sua ausência e o mesmo manda matar sua própria mãe por demonstrar atos de extrema maldade com sua família.
E aí sim, sua mulher e seus filhos podem sair do esconderijo e viverem felizes para sempre. Ou não.
Análises apontam essa fábula como um ‘despertar sexual’.
Em outra versão menos conhecida, o príncipe estuprador já era rei e a mãe malvada era sua esposa. Os demais acontecimentos são bem parecidos. A esposa quer comer (no sentido alimentício) os filhos bastardos do rei, e quando ele descobre o plano, manda queimar a esposa viva e casa-se com a Bela Adormecida.
Levando em consideração a versão popular, a primeira citada, análises apontam essa fábula como um ‘despertar sexual’. Mostram em suas entrelinhas várias simbologias sexuais. O tema abordado é a luta da menina para atingir a condição de mulher.
Tratando a adolescência como período de feitiço e encantamento, a ‘maldição’ da pequena princesa é adormecer aos 15 anos e acordar apenas com o beijo de seu futuro marido.
A maldição é aplicada assim que Bela fura o dedo.
A idade para adormecer é a idade em que se dá início à formação sexual, ao ciclo menstrual e aos pequenos indícios de que a menina está se tornando mulher. E então, a maldição é aplicada assim que Bela fura o dedo, derramando gotas de sangue. E ela só será desperta com a chegada do amor, simbolizado no encontro harmonioso entre os dois seres, demonstrando maturidade.
A análise é concluída mostrando tal fábula como peça chave fundamental para crescimento intelectual da criança, preparando-a para o despertar da sexualidade vivido pelos adolescentes.

De acordo com a variação de fatos, é um despertar um tanto quanto bizarro, não?