Trecho do manuscrito |
Atendendo ao pedido do nosso leitor Nando Gerhardt, novamente com indicação bem curiosa e interessante, falaremos de A Cidade Perdida, mas nada relacionado à Atlântida. Dessa vez, a cidade fica no Brasil!
O Manuscrito 512, também conhecido como Documento 512, consiste em um manuscrito da época do Brasil Colonialista e atualmente está guardado no acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, completamente restrito ao acesso do público.
Esse manuscrito, que consiste num dos maiores enigmas da arqueologia brasileira. Traz consigo o relato de um grupo de bandeirantes que encontrou ruínas de uma misteriosa cidade perdida no interior da Bahia, em meados do século XVIII.
Esse manuscrito, que consiste num dos maiores enigmas da arqueologia brasileira. Traz consigo o relato de um grupo de bandeirantes que encontrou ruínas de uma misteriosa cidade perdida no interior da Bahia, em meados do século XVIII.
O documento foi encontrado por acaso por um jovem no ano de 1839, cujo nome é Manuel Ferreira Lagos. O mesmo que posteriormente entregou ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). A escritura teve seu real valor após passar pelas mãos de um dos fundadores do instituto, Januário da Cunha Barbosa, que publicou uma cópia integral do documento na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (e você pode vê-lo digitalizado aqui), no qual acrescendo um prefácio fazendo ligação dessa história com o caso de Roberto Dias (foi aprisionado pela coroa portuguesa por negar-se a revelar o segredo sobre minas de metais preciosos na Bahia).
Ruína que alguns acreditam ser a cidade perdida |
Um dos principais motivos para que tal documento tenha ganhado o foco histórico tão grande, é que junto com a cidade em ruínas, acreditavam que no manuscrito havia o relato de uma civilização arruinada em meio à selva brasileira com indícios de desenvolvimento cognitivo, além de riquezas.
Os relatos oscilavam entre narrativas precisas e poéticas, descrevendo detalhadamente a cidade. Os bandeirantes se depararam com uma cordilheira cujas montanhas eram tão altas que “pareciam que chegavam à região etérea, e que serviam de trono ao vento, às próprias estrelas”. Três arcos grandes, o maior ao centro e dois menores ao lado, formavam a entrada da cidade, onde se erguia uma coluna de pedra negra, e no topo uma estátua de um homem com mão na cintura e o braço direito estendido, indicando o Pólo Norte. Nota-se que os arcos traziam inscrições em uma letra indecifrável no alto, que foi impossível ler dada a altura, e muito menos reconhecer.
Caracteres do Manuscrito |
Toda a construção local estava abandonada, sem nenhuma demonstração de presença humana recente. Havia detalhes que remetiam a civilizações antigas, como uma fonte e um pátio com colunas circulares. Porém, também descreveram com elementos sem associação. O narrador nota que todas as casas da cidade abandonada semelhavam à apenas uma, as vezes ligadas entre si em uma construção simétrica.
Muitas são as especulações, mas mínimos são os fatos. Há quem cogite ser uma antiga população indígena, outros assemelham o manuscrito com a Idade Média da Etiópia, mas a única coisa que temos certeza que é não se sabe a localização exata do local, quem foram seus habitantes e nem o seu fim (se é que teve!).
Manuscrito 512 |
De todas as dez folhas, o único objeto encontrado descrito foi uma grande moeda confeccionada em ouro. Não se sabe nada sobre a existência dessa moeda, mas é detalhadamente descrita: em sua superfície, cravados na peça havia uma face o desenho de um rapaz ajoelhado, e no reverso combinados permaneciam as imagens de um arco, uma coroa e uma flecha.