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sexta-feira, 12 de abril de 2013

CSI real: As Fazendas de corpos (parte II)

Solucionando mistérios através de pesquisas da fazenda de corpos

O FBI tem demonstrado grande interesse no uso da antropologia para solucionar crimes. Desde 1936, a agência utiliza os laboratórios antropológicos e os especialistas do Instituto Smithsonian, nos Estados Unidos. A fazenda de corpos na Universidade do Tennessee (em inglês)-Knoxville reproduz cenas de crimes ou prováveis locais de crimes, usando corpos para o treinamento e pesquisa do FBI. Essas equipes, periodicamente, executam escavações na fazenda de corpos para aprimorar suas habilidades de coletar cadáveres e identificar ossos no campo. O FBI também levantou a possibilidade de testar um radar no centro que poderia possibilitar encontrar corpos enterrados sob o concreto.



O conhecimento adquirido nas fazendas de corpos pode ser útil no mundo todo. Quando sepulturas coletivas são encontradas em locais como Kosovo,Iraque ou Ruanda, os pesquisadores podem determinar a raça e o período da morte, ajudando assim a identificar o agente responsável pelo falecimento. E também pode ajudar a determinar se as vítimas foram baleadas, espancadas ou mortas com um golpe na cabeça.

O serial killer John Wayne Gacy matou 33 homens jovens, sendo que 29 deles foram enterrados do lado de sua própria casa. Quando os investigadores descobriram os corpos, muitos dos quais estavam empilhados uns sobre os outros, recorreram aos antropólogos forenses para ajudá-los a iniciar o processo de identificação dos corpos em avançado estado de decomposição. Com a definição de altura e peso e classificação de ossos, as autoridades conseguiram relacionar tais dados às informações fornecidas por famílias ou a casos não solucionados de pessoas desaparecidas.

Durante anos, houve rumores em torno da morte de Big Bopper (o músico J.P. Richardson), que morreu em um acidente de avião com Ritchie Valens e Buddy Holly. A distância do corpo de Richardson do avião - 12 metros - levantou dúvidas se ele teria sobrevivido ao acidente, morrendo após caminhar em busca de ajuda. O filho de Richardson contatou o Dr. Bass para solucionar o mistério. Bass concordou em examinar o cadáver que seria exumado por outros motivos.


Depois de examinar o corpo (que, após 48 anos, continuava sendo reconhecido como Big Bopper), Bass determinou que não havia a menor possibilidade de Richardson ter sobrevivido ao acidente. Praticamente todos os ossos estavam quebrados, o que sinaliza que ele deve ter sido arremessado do avião em vez de ter caminhado.

A antropologia forense também pode ajudar casos até então sem solução. Em 1933, o corpo de Dalbert Aposhian, de 7 anos, foi encontrado boiando na baia de San Diego. Depois de examinar o menino, o médico que fez a autópsia declarou que o mesmo havia sido vítima de sodomia e mutilação. Nunca ninguém foi preso pelo crime. Em setembro de 2005, o laboratório de crime do município de San Diego recebeu recursos para retomar as investigações desses tipos de casos. Depois de reexaminar os relatórios e fotos tiradas durante a investigação inicial, os médicos pesquisadores da unidade determinaram que o garoto havia simplesmente se afogado. O relatório inicial que afirmava o crime sexual e a mutilação foi, na verdade, um erro que desconsiderava como o corpo reage na água.