Páginas

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Morte no Monte Everest

Há cadáveres no Monte Everest?
O Monte Everest é o ponto mais alto do planeta. Em função disso, os homens tentam escalá-lo desde 1953, quando Edmund Hillary subiu pela primeira vez com sucesso. O pico do Everest está a 8.850 metros acima do nível do mar e localiza-se no Nepal. A montanha em si faz fronteira tanto com o Nepal como com o Tibete. Por causa do mau tempo no cume, os alpinistas raramente tentam completar o percurso fora do período entre maio e junho, quando a corrente de ar segue em direção ao norte. Mesmo assim, o clima é bastante inóspito. Em um dia normal de maio de 2008 a temperatura mínima chegou a 27 graus Celsius negativos e os ventos sopraram a 81 km/h.
 
Monte Everest

Em outras épocas do ano, a corrente passa diretamente pelo cume e os ventos podem soprar com a força de um furacão – 189 km/h – e a temperatura despenca para algo em torno de 73 graus Celsius negativos. Adicione a isso o fato de que há um terço a menos de oxigênio no ar em comparação ao nível do mar, e você entenderá porque é tão duro o trabalho dos “aventureiros do Everest”.

Mesmo assim, nada disso freia o espírito de quem quer realmente subir o Everest. O “lado negro” desse espírito é que ele pode levá-lo à morte. O site Everest News (em inglês) estima que, desde 2004, mais de 2 mil pessoas alcançaram o topo do Everest, enquanto 189 morreram tentando chegar lá. Se você é uma das 150 pessoas que tentam escalar o Monte Everest neste ano, fique sabendo que há algo certo que você irá encontrar no caminho – cadáveres. 
 
Caminho para o Everest
Cadáveres no Everest
Das 189 pessoas que morreram tentando escalar o Everest, estima-se que 120 ainda estejam por lá. Esta é uma advertência macabra para esses aventureiros de quão perigoso tudo isso pode ser. 

A principal razão para os corpos desses alpinistas ainda estarem espalhados no Monte Everest é que é muito difícil e perigoso tentar tirá-los de lá. Alcançar o cume do Everest é um desafio físico diferente de qualquer outro na face da Terra. Tentar trazer um cadáver para baixo demoraria demais, além de manter uma equipe de alpinistas trabalhando dia e noite. Isso faz com que os resgates se tornem, praticamente, missões suicidas.

A grande maioria desses cadáveres está localizada na “Zona da Morte” – área acima do último acampamento-base, a 8.000 metros. Ninguém estudou a fundo a causa dessas mortes, mas a fadiga e o mau tempo desempenham um grande papel. Muitos desses corpos estão congelados e intactos – os cadáveres ainda mantêm a corda de escalada na cintura. Já outros estão com os órgãos em decomposição.

Em função disso, alguns experientes alpinistas concentraram seus esforços nos últimos anos para tentar enterrar alguns desses corpos – principalmente os que estão mais acessíveis. Equipes de alpinistas da China montaram expedições para limpar as cerca de 120 toneladas de lixo que são deixadas para trás, anuamente, no Everest. Durante essas expedições de limpeza, as equipes tentam remover todo e qualquer cadáver que possa ser alcançado com segurança e transportado para baixo.

Em 2007, o alpinista britânico Ian Woodall voltou ao Everest para enterrar os corpos de três alpinistas pelos quais ele havia passado enquanto escalava em direção ao cume. Um desses alpinistas, uma mulher de nome Francys Arsentiev, ainda estava viva quando Woodall a alcançou durante sua subida inicial. As primeiras palavras que ela dirigiu a ele foram “não me deixe para trás”. A triste realidade, porém, é que Woodall não teve como fazer nada por ela senão estaria colocando a sua própria vida em risco assim como a dos outros membros da sua equipe. Ele foi forçado a deixá-la ali, para morrer sozinha.

Nas últimas décadas, subir o Monte Everest tem sido muito mais seguro, graças aos avanços tecnológicos e nos equipamentos utilizados. Telefones que operam por satélite permitem aos alpinistas estar o tempo todo em contato com o acampamento-base recebendo atualizações da previsão do tempo na região. Um melhor entendimento de como funciona a escalada e os equipamentos também contribuíram para diminuir drasticamente o número de mortes. Em 1996, foram 15 mortes contra 98 subidas com sucesso. Dez anos depois, em 2006, foram apenas 11 mortes contra 400 chegadas ao cume. A taxa de mortalidade total nos últimos 56 anos foi de 9%, porém, em 2004 essa taxa caiu para 4,4%.
 
 
Boa semana pra todos!