quarta-feira, 1 de maio de 2013

Mulheres que matam IV: Crimes Passionais

Veronica de Paiva em uma crise de ciúmes assassinou o
amante 15 anos mais velho.
Quando a paixão vira ódio

Ciúme, traição e vingança são alguns dos elementos que tornam ainda mais complexos os crimes do amor. Homens, mulheres e adolescentes, cegos de paixão e ódio, se transformam em homicidas, ás vezes por uma fração de segundo. As tragédias chocam pela carga emocional envolvida e aumentam a especulação sobre o que acontece na intimidade de cada um. 

Crime passional, de acordo com o senso popular, é o crime cometido por paixão. Antigamente, juízes e jurados admitiam com maior facilidade essa atenuante da pena, em razão da violenta emoção. 

O homicida passional costuma argumentar que se sentiu pouco valorizado pela outra pessoa. Mas isso é feito para tentar justificar o controle e domínio sobre ela. No fundo, trata-se de uma manifestação pouco sadia de ciúmes, que jamais pode levar ao extermínio da pessoa "amada", geralmente de forma premeditada. O "se não for minha, não será de ninguém" exige uma profunda reforma da moral e dos costumes ainda vigentes, em pleno século 21.


Os crimes "de amor" tem se tornado cada vez mais comuns
Um crime passional é definido como -  Violação imputável da norma penal a que o agente é impulsionado por uma paixão violenta e irreprimível, o ciúme.

O amor mata! O amor é suícidio! 
Veronica tinha o padrão da estética da beleza,
loira de olhos claros, se Fabricio quisesse
viver teria de ser apenas com ela, ela o amava
Uma jovem linda, 18 anos recém-completados, loira, 1,73 m, olhos claros e um corpo de parar o trânsito. Na sociedade que tanto valoriza a apresentação física, Verônica Verone de Paiva tinha todos os requisitos para conseguir um bom casamento ou um bom emprego. 

Mesmo com todas as portas que sua aparencia abre, a moça se deixou levar por uma paixão avalassadora que acabou por terminar em uma lamentável tragédia. Veronica confessou o assassinato do amante, o empresário Fábio Gabriel Rodrigues, 15 anos mais velho. O crime aconteceu, no motel Status, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro.

Verônica disse que enforcara o amante, um homenzarrão de 1,90 m e quase 100 quilos. O laudo preliminar da perícia, porém, constatou que “não havia sinais externos de estrangulamento no pescoço da vítima.” Ou seja, ela mentiu. E, ao que parece, essa é apenas a primeira mentira contada pela garota.

Seu histórico é repleto de armações. Para se restringir ao relacionamento com a vítima, amigos contam que ela provocou o fim do casamento de quase dez anos do empresário, pai de dois filhos. “Escondida, Verônica pegou o celular dele e ligou para a mulher do Fábio contando tudo”.
A vítmia: O empresário Fabrio Gabriel
Rodrigues

O que era um caso episódico virou um inferno para a família. A jovem passou a telefonar ameaçando o amante e os filhos dele. Dizia que, se ele não fosse dela, não seria de mais ninguém. “Teve um mês em que ela telefonou 140 vezes para o meu tio. Ele falava que não queria mais nada, mas ela não desistia”, contou o sobrinho Eduardo Barroso. A mulher de Rodrigues pediu o divórcio e deixou, assim, o caminho livre para Verônica, que passou a ser vista cada vez mais com o empresário, dono de um lava-jato e de uma empresa que aluga máquinas de terraplanagem para obras públicas.

O relacionamento, porém, não era um namoro oficial. Rodrigues era mulherengo. E a própria Verônica disse à polícia que tinha dois outros namorados e uma namorada. Mas, segundo a família da vítima, ela ficou possessa ao flagrá-lo, recentemente, com outra mulher. “Falou que ia acabar com a vida dele. E fez isso mesmo, por perversidade”, afirmou a irmã dele, Rosemary Barroso. 

Verônica, caçula de quatro irmãos, cresceu num ambiente altamente conflituoso. O pai, Paulo Paiva (falecido por problemas cardíacos em 2010), vivia drogado e a mãe, Elizabeth, é extremamente religiosa e frequenta uma igreja evangélica. Para tentar justificar seu crime, Verônica disse, na delegacia, que fora vítima de tentativa de abuso sexual do pai, entre os 7 e os 8 anos. 

Para a irmã do empresário, Rosemary, o dinheiro foi o motivo pelo qual ela se aproximou dele. “A relação deles era de interesse. Fábio queria sexo e Verônica, os prazeres que o dinheiro pode proporcionar.”

Os amigos acham que Rodrigues não percebeu quanto ela era perigosa.  São muitas as contradições de seus depoimentos e a polícia investiga detalhes para saber, inclusive, se ela agiu sozinha. No dia do crime, Rodrigues teria bebido muito. Quando passou na casa da jovem, segundo depoimento da própria, a mãe dela chegou a tomar-lhe a garrafa de vodca das mãos. Isso teria feito com que ele, num arroubo de raiva, ingerisse um pouco de desinfetante.