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sábado, 23 de novembro de 2013

A maldição Otzi

Otzi
Otzi, também conhecido como Homem do Gelo, está sendo chamado de "A múmia assassina". O restos mortais congelados foram descobertos em 19 de setembro de 1991, por um turista alemão, Helmut Simon, na fronteira montanhosa entre Itália e Àustria, Alpes do Tirol, na região chamada Vale de Otzi (ou Oetzi), que emprestou o nome à múmia.

A notícia sensacional ocupou manchetes de todo o mundo: o achado tinha cinco mil e trezentos anos de idade e estava em inigualável estado de conservação, tanto o corpo quanto os objetos com ele encontrados, como vestuário e utensílios. Cientistas de todo mundo mobilizaram-se para extrair do cadáver o máximo de informações sobre a vida do homem primitivo da Europa Neolítica.

Os primeiros exames começaram a revelar enigmas intrigantes: as roupas apresentaram manchas de sangue cujo DNA mostrou pertencerem a quatro indivíduos. Além disso, o crânio, submetido a raio X, mostrou fragmentos de pontas de flechas. Concluiu-se que Otzi teve morte violenta, por agressão. Ele morreu aos 46 anos, superando a média de vida de seus contemporâneos. Possuía tatuagens numerosas e intrincadas sugerindo que o Homem do Gelo poderia ser um shaman.

Resgate Otzi
A análise dos objetos encontrados produziu resultados estranhos: as flechas que Otzi portava têm sete mil anos; o machado, dois mil anos e a pele do gorro que usava, nos Alpes, pertence a um tipo de caprino que viveu na China, hoje extinto. Estes fatos tornam-se inexplicáveis diante dos estudos sobre a "geografia da vida" de Otzi. Em 11 de novembro de 2003, o site da BBC online publicava:

"Cientistas identificaram o provável local de nascimento de Otzi, o famoso homem do gelo. O antigo caçador provavelmente passou sua infância no local em que hoje é a vila de Feldthurns, no Tirol do sul, região de fala alemã no norte da Itália. As evidências sugerem que as viagens que ele fez durante sua vida ficaram restritas a 60 km de distância ao sudeste de onde seu corpo foi encontrado.

A múmia congelada de 5.300 anos foi descoberta após o derretimento de uma geleira na fronteira montanhosa entre a Itália e a Áustria em 1991. Desde então, cientistas têm feito estudos detalhados de como ele viveu e morreu. A última pesquisa, publicada na revista Science, observou átomos isotópicos encontrados nos dentes e nos ossos do homem de gelo. Eles foram comparados com exemplares de solo e água de uma vasta região dos Alpes. Minerais da dieta alimentar são depositados no corpo em tempos diferentes - nos dentes, por exemplo, durante a infância, e nos ossos, durante a vida adulta. Isso permitiu com que pesquisadores na Austrália, nos Estados Unidos e na Suíça deduzissem onde Otzi viveu em diferentes fases de sua vida.

O grupo acredita que seus movimentos ficaram restritos a alguns vales em uma distância de 60 km a sudeste de onde o corpo foi encontrado. Ele nunca se movimentou ao norte desse ponto e provavelmente cresceu no vale de Eisack, no sul da região do Tirol. Diversos sítios arqueológicos na área delimitada e ao redor da região foram identificados.

Os cientistas acreditam que Feldthurns é a mais provável região onde o homem do gelo passou sua infância. Um pouco mais tarde, ele foi para o norte, para as montanhas de Vinschgau, antes de viajar para o vale de Otiz, onde morreu, aos 46 anos.

Segundo Alexander Halliday, do Departamento de Ciências da Terra de Zurique, "essa é a primeira vez que alguém faz um estudo detalhado da migração de um ser-humano no passado". Parece que ele viveu a maior parte de sua vida em um vale diferente de onde ele nasceu", acrescentou.

A pesquisa revela que o homem do gelo passou sua infância nos vales ao sul dos Alpes, antes de migrar para o norte, já na vida adulta. Uma outra opção aventada é a de que o homem do gelo passou seus verões nas montanhas e os invernos nos vales.Esse é um padrão de migração que começou no período neolítico e ainda está em prática até os dias de hoje." [IN http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2003/11/031031_icemancl.shtml]

As limitações físico-espaciais das andanças de Oetzi, tornam muito enigmáticas as características dos objetos com ele encontrados. Partindo do pressuposto de foi um shaman, há teóricos que já cogitam a possibilidade de Oetzi ser um antigo sacerdote pagão, pertencente a algum culto desconhecido e dotado de habilidades sobrenaturais que lhe permitiram viajar no tempo. Admitindo essa hipótese como verdadeira, a todas estas estranhezas, somam-se fatos sugestivos de que a múmia pode estar "enfeitiçada", ou amaldiçoada.

Tal como no caso de das múmias egípcias, em especial à de Tucancamon, Otzi, se era um místico poderoso, tratou de "fechar o corpo" com algum tipo de praga vingadora capaz de aniquilar qualquer um que lhe toque o cadáver. Essas maldições eram comuns entre os místicos da antiguidade mais remota. Fatos subseqüentes à descoberta do corpo permitem considerar que a maldição de Otzi está em atividade causando a morte daqueles que têm lidado com os restos mortais.

A primeira vítima foi o próprio descobridor, Helmut Simon. Ele havia recebido cem mil dólares como prêmio pela descoberta. Radiante, resolveu voltar ao Vale. O tempo estava claro, tudo parecia bem, porém, subitamente, Helmult viu-se envolto em uma imprevista tempestade de neve. Ele morreu congelado. Foi encontrado caído na mesma posição em que Otzi foi descoberto. O chefe da equipe de resgate que localizou Helmut também morreu: ataque cardíaco, uma hora antes do alemão ser enterrado.

Doutor Rainer Henn, que conduziu a perícia no corpo de Otzi, foi o terceiro, vítima fatal de um acidente com seu automóvel quando se dirigia a uma conferência científica dedicada à descoberta do Homem do Gelo. O quarto amaldiçoado foi o montanhista profissional Kurt Fritz, que organizou uma expedição ao "sítio do shaman". Lá chegando, de helicóptero, estando em uma área que ele conhecia perfeitamente, foi surpreendido por uma avalanche e sucumbiu sob a camada de neve. Outro montanhista que o acompanhava, escapou.

Machado e Gorro de Otzi
O jornalista austríaco, Rainer Heozel, lançou um documentário sobre Otzi: morreu em dois anos vencido por um tumor no cérebro. Konrad Spindler, chefe de um grupo de estudos sobre a múmia na Universidade de Innsbruck e que sabia dos rumores sobre a maldição, morreu aos 66 anos com uma esclerose incontrolável. Mais recentemente, foi a vez de Tom Loy, 63 anos, especialista que estudava o DNA de Otzi, morreu na Austrália de causa desconhecida.

O fenômeno da maldição de Otzi é semelhante ao caso da maldição da múmia de Tutancamon. Em fevereiro de 1923, uma antiga tumba foi aberta no Vale dos Reis, em Luxor, Egito. Os cientistas encontraram o corpo mumificado do jovem faraó e sua máscara mortuária, feita de ouro.

Algum tempo depois da descoberta, o chefe da equipe arqueológica, Lord Carnarvon morreu vitimado por uma moléstia extremamente dolorosa transmitida por mosquito; na época, porém, muitos acreditaram que a causa mortis verdadeira era "a maldição do faraó". Testemunhas acrescentaram que pouco depois da morte de Carnarvon, seu cachorro começou a uivar e gemer morrendo em seguida; a causa é desconhecida. Logo havia rumores de que a maldição era extensiva a todos os membros da equipe arqueológica. Vinte e cinco pessoas, todos europeus, trabalharam no sítio arqueológico; onze jamais entraram nas tumbas.

O pesquisador Mark Nelson, da Universidade Monash da Austrália, decidiu investigar o que aconteceu com os 14 membros daquela expedição que estiveram expostos à suposta maldição. Apurou que haviam morrido bem antes que os outros mas que, entretanto, nada de extraordinário havia nas mortes, satisfatoriamente explicadas. Mark Nelson concluiu que a maldição de Tutancamon era apenas uma superstição.

Entretanto, nem todos pensam assim e fatos, no mínimo coincidências demais, reforçam a teoria da maldição. Além da morte de Lord Carnarvon, há registros de outras mortes com histórico suspeito. No site Egito Online, o seguinte relato, intitulado "A Maldição do Faraó caiu sobre quem profanou sua tumba", informa sobre estas mortes:

"Com manchetes como essa [A Maldição do Faraó caiu sobre quem profanou sua tumba], os jornais da década de 20 vendiam milhares de exemplares, explorando o que parecia ser uma maldição do faraó Tutancâmon. O tesouro seria maldito, e o fantasma do faraó perseguia implacavelmente os responsáveis pela profanação de sua tumba.

A primeira vítima da maldição do faraó seria o próprio Lorde Carnarvon, que morreu em 5 de abril de 1923, no Egito, poucos meses depois da descoberta da tumba. Vitimado por uma infecção, provocada por uma picada de inseto ocorrida quando visitava o túmulo. Morreu em delírio, gritando o nome de Tutancâmon, no momento exato que um black-out inexplicável atingiu a cidade. Pouco tempo depois, seu irmão, o Coronel Aubrey Herbert também morre, e depois, a enfermeira que cuidava de Lorde Carnarvon.

Começava aí, um rastro de morte e terror que se estendia para muito além das areias do Egito: Arthur C. Mace, do Metropolitam Museum of Art de Nova York; George Benédite, do Louvre de Paris; Richard Bedell, filho de Lorde Westbury. Todos haviam entrado na tumba e encontrado a morte.

A lista continua: Professor Douglas E. Derry; O Doutor Saleh Bey Hamdi, que haviam feito os exames da múmia; Archibald Douglas Reed, que havia feito os Raios-X. Alguns não aguentaram esperar pelo fantasma vingativo do faraó, o egiptólogo Evelyne White, enforcou-se, deixando a mensagem "Pesava sobre mim uma maldição à qual não tenho mais remédio que submeter-me".

Os jornais especulavam, no final, toda a história da descoberta da tumba de Tutancâmon estava repleta de sinais, profetizando as mortes dos profanadores: um dos trabalhadores disse ao escavar o túmulo de Tut-Ankh-Âmon: "Essa gente encontrará ouro e morte"; quando entraram na tumba, na 2ª porta, um aviso de três mil anos: "A morte esmagará com seus golpes a todo aquele que perturbe o sono do faraó".

Um pássaro, que pertencia a Carter, foi morto por uma Naja, e os trabalhadores começaram a ver nesse fato, um sinal que estavam amaldiçoados. Mas, e Howard Carter? Viveu até os 66 anos e, dizem, sua vida nunca mais foi à mesma. Perseguido pela má sorte, nunca mais teve coragem para procurar outros tesouros.

Uma boa coisa acabou acontecendo por causa da suposta maldição, diversos contrabandistas e colecionadores de peças egípcias, devolviam ou doavam aos museus suas coleções, com medo da maldição que se alastrava.

Muito da maldição é só história; se contesta a veracidade do aviso na porta do túmulo, por exemplo. A verdade é que o irmão de Lorde Carnarvon morreu de velhice, e que algumas vítimas do faraó já estavam muito doentes antes da descoberta da tumba. O pânico se alastrou, bastava trabalhar em um museu e morrer para o nome ser automaticamente relacionado com a maldição. Hoje, alguns sustentam a tese da existência de fungos na tumba, lacrada por três mil anos e sem ventilação; ou de algum veneno espalhado pelos antigos sarcedotes nos objetos."