quinta-feira, 12 de março de 2015

Dorangel Vargas Gomes (ou DORANCEL), o Hannibal Lecter dos Andes

Dorangel Vargas
Nascido em 14 de maio de 1957, na região de Caño Zancudo, Estado Mérida, na Venezuela, em uma família de agricultores, Dorangel Vargas Gomez apresentou sinais aberrantes já na infância, sendo uma criança violenta. Seu comportamento bizarro levou sua família a acreditar que Dorangel estava possuído por espíritos malignos.

O baixo rendimento familiar o forçou a deixar a escola nos últimos anos de escola primária. Depois, passou de agricultor para ladrão. Durante esse tempo, ele foi preso por delitos menores, como roubar galinhas e gado. Porém, sua primeira prisão grave foi anos mais tarde.
 
Em 1995, Dorangel era um adulto sem teto que vivia pelas ruas de San Cristobal, Tcháchira, próxima à fronteira com a Colômbia. Foi nessa época que, por denúncia de Antonio López Guerrero, um amigo de Cruz Baltazar Moreno, que serviu de 'almoço' para Vargas sobrando apenas seus pés e mãos. Após esta prisão, Vargas foi internado no Instituto de Reabilitação Psiquiátrica Peribeca. Após 2 anos de tratamento foi libertado, embora sua avaliação psicológica tenha confirmado que ele seria uma ameaça. Dorangel não recebeu tratamento para a sua doença mental, pois sua família não poderia pagar o tratamento. Então, se mudou para a cidade de San Cristóbal, em Táchira, onde aparentemente levou uma vida normal como mendigo.
 
Aparentemente, construiu uma casa rústica em uma fazenda abandonada, mas preferia dormir em um estreito túnel sob a ponte Libertador. Ali, fez amizade com moradores da área e sua próxima vítima foi Manuel, seu companheiro de prisão. Quando os policiais perguntaram por que ele foi morto, Dorangel respondeu que, como Manuel era um boa pessoa tinha certeza de ser bem saboroso.

Corpo de uma das vítimas do canibal
Foi entre novembro de 1998 e janeiro de 1999 que ele começou uma matança que resultou na morte de pelo menos 10 homens. Vargas confessou ter matado e comido suas vítimas, o que lhe rendeu o apelido de “Hannibal Lecter dos Andes”. 

Dorangel permaneceu perto do rio Torbes, onde caçava trabalhadores e atletas que viviam ou trabalhavam no lugar. Quando suas vítimas estavam desprevenidas, ele as atacava com um cano de metal de um metro de comprimento. Dorangel desmembrava suas vítimas embaixo da ponte Libertador, mantinhas as peças que ele iria comer e jogava suas mãos, pés e cabeças na estrada da montanha, em direção à fazenda abandonada. Parentes de vítimas logo procuraram a polícia para relatar o desaparecimentos, mas os policiais não encontraram ligação entre as vítimas, exceto que muitos deles eram homens adultos.

Não tinha geladeira para manter a carne. A polícia passou a desconfiar do setor de desabrigados ao descobrir a presença de Dorangel próximo a região, devido a seus antecedentes penal e mental. Após algumas buscas, a polícia chegou a um rancho e, ao revistarem a cozinha do casebre, encontraram carnes e miudezas em recipientes, preparadas para o consumo. Ao localizar Dorangel, para a surpresa dos policiais, ele narrou todos os seus atos sem hesitar.  
 
Na Venezuela, o assassino em série não é um fenômeno comum. Os homicídios e a confissão de canibalismo de Vargas tornaram-se assunto debatido de forma frequente na mídia do país. Em uma entrevista, Dorangel disse: “Claro que eu como pessoas. Qualquer um pode comer carne humana, mas você tem que lavar e cozinhar bem para evitar doenças. Eu só como pedaços de músculos, principalmente das coxas e panturrilhas, que são minhas partes favoritas. Eu faço um guisado muito saboroso com a língua e uso os olhos para fazer uma sopa nutritiva e saudável. Carne humana é boa, mas eu também como cães, gatos e lagartos...”.

Ele não comia os pés das vítimas
Dorangel disse que preferia o gosto de homens e mulheres adultas. Ele não comia mãos, pés ou testículos, embora esteve a ponto de experimentá-los em diversas ocasiões. Ele rejeitava pessoas acima do peso, pois tinham muito colesterol, e idosos, pois a carne deles “se contaminava com mais facilidade”. Até o ano de 2012, Dorangel Vargas se encontrava sob custódia. Ele não foi levado à julgamento devido sua capacidade mental.

Havia dúvidas se ele estaria realmente cometendo esses crimes, mas a descoberta de restos humanos em casa e ao redor parecia não deixar espaço para dúvidas. Para operar e cozinhar com facilidade, improvisou um matadouro e uma cozinha debaixo de uma ponte.

Quando tinha muita fome, “fazia sopa com eles”. Para ele, o homens teriam a carne “resistente, como carne de porco, presunto”, já as mulheres seriam doces, “como comer flores” e deixava o estômago vazio, como se não tivesse comido nada.

Hoje, Dorangel permanece trancado em uma cela da Direção de Segurança e Ordem Pública, Estado Táchira, onde passa os dias fumando e imaginando receitas suculentas.