terça-feira, 14 de abril de 2015

Stonewall Jackson e o Comando Maluco

Stonewall Jackson
Thomas Jonathan "Stonewall" Jackson foi um dos maiores gênios militares da história dos Estados Unidos. 

Sua disciplina quase desumana com seus soldados, seus hábitos bizarros e sua devoção ao exército o fizeram famoso, e foi uma peça chave em muitas das batalhas vitoriosas do exército confederado, sendo um protegido do também lendário General Lee. Ganhou o apelido "stonewall" por sua postura inabalável como um muro nas batalhas, em especial em Bull Run.

Antes de se alistar, Jackson ensinava "Filosofia Natural e Experimental" em um colégio militar na Virgínia.

Traduzindo pros dias de hoje, seria algo como Física, Astronomia, Mecânica, Acústica, ótica, e por aí vai, sendo que Jackson era um péssimo professor. Era autoritário, entusiasta militar, com muita dificuldade em expor o conteúdo aos alunos e que nunca ria.

Seu sobrinho Henry, que serviu a seu lado na Guerra Civil, fez diversos relatos do comportamento insano do general, entre eles o fato de ter certeza que seu corpo estava tomado por "um ou dois demônios", e que isso deixava seu organismo desequilibrado. Para recuperar esse equilíbrio, seguia uma dieta criada por ele mesmo, que incluía limões, leite e grãos; e mantinha uma postura rígida, com o corpo bem reto, evitando até se sentar ou se curvar, para que seus órgãos não se misturassem e o sangue fluísse igualmente entre os membros.

Foi visto durante várias das batalhas andando com uma das mãos no alto, acima da cabeça, para que o sangue descesse e pudesse ser espalhado igualmente pelo corpo. Jackson também polemizava chupando limões, e mesmo durante algumas das batalhas fazia isso para aplacar o que ele achava ser uma úlcera.

De acordo com relatórios médicos, ele tinha diversas doenças, entre elas reumatismo, dispepsia, visão ruim, surdez e amidalite. Jackson obviamente discordava dos médicos e tentava se curar sozinho. Para curar sua visão, mergulhava a cabeça em uma tina de água gelada e abria bem os olhos, ficando assim o quanto conseguisse. Os colegas militares, como o general A. P. Hill, não iam com sua cara e o achavam um maluco hipocondríaco, mas o toleravam por sua tenacidade na guerra e por ser muito popular entre os soldados.

Cavalgava sozinho após mais uma batalha vitoriosa, quando foi confundido com um inimigo e então alvejado pelo seu próprio pelotão, levando três tiros. Um pegou em sua mão direita, os outros dois no pulso e ombro esquerdos. O General Lee, preocupado com a saúde de Jackson, disse: "Jackson pode perder o braço esquerdo, mas eu perderei o meu braço direito", tamanha a importância dada ao barbudo pirado. Muitos soldados perderam o rumo e acharam que perderiam a guerra sem a presença de Jackson. No fim eles perderam mesmo, mas por outros motivos...

Morreu por complicações na amputação de seu braço e por uma forte pneumonia. Segundo testemunhas, foi mais um de seus hábitos bizarros que permitiu que a pneumonia se instaurasse. Para diminuir as dores estomacais, além de chupar limões, Jackson dormia com toalhas molhadas enroladas no corpo. E pediu isso a um de seus fervorosos seguidores, que obedeceu, e o cobriu com as toalhas encharcadas durante a noite.

Suas crenças absurdas com relação a sua saúde poderiam muito bem ser produto de boatos e intriga da oposição, já que sua disciplina extrema e seus modos impudicos desagradavam alguns militares. Entretanto, ele mesmo afirmou essas ideias aos médicos do regimento, e para quem mais quis saber. Defendeu, inclusive, diante de suas turmas na escola da Virginia, de seu sobrinho e do próprio general Lee.


Fontes:
 http://troytaylorbooks.blogspot.com.br
http://www.scpnet.com/paper2_2.htm