sexta-feira, 21 de junho de 2013

Castelo do Drácula: Vlad Tepes

Conde Vlad  Tepes
O CASTELO DO DRÁCULA

País: Romênia

Localização: Transilvânia, fronteira com Valáquia

Construído em 1212, o Castelo do Drácula é um monumento nacional da Romênia. Foi a base militar do príncipe Vlad Tepes (1431-1476), governador da Valáquia que inspirou a obra de Bram Stoker, Drácula. Tepes ficou conhecido por tratar seus desafetos de modo cruel, empalando suas vítimas. Os turistas que visitam o local o consideram aterrorizante e são comuns os relatos de pessoas que ouvem gemidos e gritos provindos dos calabouços e seus jardins, demonstrando o enorme sofrimento das almas vitimadas pela fúria do Conde Vlad.



CONDE VLAD, O EMPALADOR 

Vlad Tepes, nascido no ano de 1431 da era cristã, filho legítimo de Vlad Dracul. "Dracul" significa "Dragão", uma tradução um pouco complicada do romeno que pode também significar "o diabo". A palavra em seu original é "Drac", oriunda de uma antiga ordem ou irmandade cristã que tinha como um dos objetivos principais combater a ferro e fogo os turcos. Nota-se aqui uma minúscula contradição, uma ordem cristã que traduzida entoa "o diabo" ou "dragão", um nobre símbolo que também é mais oriental que romano. 
Nota-se também o caráter bélico-militar da ordem com objetivo de "guerra santa", uma espécie de cruzada, pois todos os grandes governantes europeus estavam de prontidão contra os inimigos dos cristãos. Aqui, cristãos eram todos os que não fossem islamitas ou pagões, povos com outras crenças e costumes. E a Europa toda denominava-se cristã por uma questão político-econômica bem definida onde como já sabemos, o povo mais humilde, os camponeses e os trabalhadores em geral, eram quem sustentavam todos os feudos europeus que usavam a religião para manipular e abusar da boa fé dos mais desfavorecidos. 

Vlad Tepes nasceu na antiga Transilvania e a palavra "Tepes" foi uma espécie de apelido que ele ganhou mais tarde na vida adulta, que significa "empalador", devido ao seu radicalismo sádico com seus inimigos. Vlad será então sempre associado como um príncipe tirano, cruel e muito mal. Aqui novamente é evocado somente o lado perverso de Vlad Tepes, sendo que ele foi um príncipe justo que lutou a favor de seu povo, porém seu radicalismo assusta! Poderia voltar na sua árvore genealógica e evocar nomes de figuras muito curiosas descendentes de diversas raças européias de guerreiros e povos bárbaros. Os antigos romanos chamavam de bárbaros a todos os povos nômades, "selvagens", que não tinham uma cultura refinada herdada pelos gregos. Entre estas diversas tribos destacam-se os vândalos, ostrogodos, visigodos, burgúndios, anglo-saxões, hunos, árabes, mongóis, entre a diversidade de outras tribos.

Os antepassados de Vlad Tepes Drácula vinham da Valáquia, uma província romena localizada mais ao sul da Europa Central, e se formos traçar no papel o confuso torvelinho de todas estas raças européias, um nome surgirá como o próprio nome do diabo, Átila! O rei dos hunos, e uma frase deste grande líder pode ainda ser lida para podermos entender seu temperamento guerreiro, "A estrela cai, a terra treme, eu sou o martelo do mundo e a erva não cresce mais por onde o meu cavalo tiver passado!" 

Podemos apenas imaginar como alguns dos antepassados de Vlad Tepes Drácula agia em seu próprio tempo onde o aço, o ferro, o fogo, o sangue e o ódio eram os ingredientes básicos da realidade medieval por estas terras tão selvagens... 

O contexto histórico que culmina em Drácula é tão complexo que somente ele preencheria um novo artigo, mas tomemos um atalho para mergulharmos nos relatos de horror do século XV onde surge um Drácula real, muito diferente daquele do cinema, se bem que o Drácula cinematográfico é uma sombra do Drácula histórico devido à generalidade de um escritor irlândes chamado Bram Stoker.

"Gela-me o sangue quando sopra o sinistro Haraverus alta noite quando eu, mergulhado no silêncio da minha solidão cismo em seu personagem... e como um louco sinto-me no dever e obrigação de pronunciar seu nome! Inspiro-me na sombra maléfica de Drácula e vejo diante de mim todos os seus inimigos visíveis e ocultos, cismo, e meu espírito mergulha no pesadelo: 
Ah! Se eu pudesse empalar meus inimigos, em estacas pontiagudas de madeira. Sepultá-los vivos em seus jazigos, para que tiritem na hora derradeira! De Vlad Drácula sou espelho fiel e contra o mundo lutarei, minha espada de ódio e fel será para eles o testamento!" 

Muitos relatos foram escritos a seu respeito, um deles editado por Ambrosiu Huber no ano de 1499 na cidade alemã de Nuremberg. Descreve coisas horrendas e assustadoras onde um homem, mais conhecido como Drácula, o Calamitoso, empalou um número considerável de seres humanos. O método de empalar consiste em atravessar o indivíduo com uma enorme lança pontiaguda feita na maioria das vezes com dois ou três metros de comprimento. Desta forma a empalação tornou-se uma das mortes mais cruéis equipara somente à crucificação. Isto é, se não exceder-se a este outro método de morte. A crucificação também tem seu lado horrendo, e Cristo deve Ter sofrido o diabo quando ficou dependurado na cruz do calvário junto a presos politicos como ele, pois a morte demora e o sangue escoa lentamente...

Em alguns casos a empalação produz uma morte imediata no indivíduo. Em outros o indivíduo agoniza lentamente e o sofrimento é absoluto! 
Parece que Drácula fazia suas refeições assistindo a estas atrocidades com os olhos de indiferença. Alimenta-se e zombava dos inimigos condenados ao martírio. 

Castelo do Conde Drácula

Mais relatos surgem ao seu respeito descrevendo-o como cruel e justo, à medida certa de um bom príncipe! Entre os relatos podemos extrair trechos sobre uma belíssima taça empalhada em ouro que fora colocada próxima de uma fonte em uma pequena praça nas proximidades de Tiagoviste. Vlad Drácula colocou-a de propósito ali para que todos pudessem beber água fresca, e por muito tempo ninguém ousou roubar a taça, tal era o temor pela justiça de Drácula. Mas certa vez, um cigano roubou a taça da fonte, este foi então capturado e após tortura cruenta ele foi esquartejado e cozido em um enorme caldeirão de ferro, depois em seguida foi servido de comida aos seus comparsas obrigando-os a comer a carne cozida do ladrão cigano que havia roubado a dita taça de ouro! 

"Comam-no! Pois é assim que se faz justiça no reinado de Vlad Tepes Drácula!..." 

Drácula foi muito temido e este temor transformou sua imagem no Diabo encarnado, nenhum outro personagem da história foi tão temido. Se bem que existiram outros tipos excêntricos e cruéis, como é o caso de Gilles de Rais, nascido em 1404 e morto em 1440. Este violentou, sodomizou e matou mais de 140 criancinhas, além de abusar sexualmente de rapazotes e ninfetas, torturando-os até uma morte sangrenta. 

Vlad Tepes Drácula parece também que sentia um certo prazer sádico ao mandar executar suas vítimas, e no caso de mulheres infiéis ou arrogantes (que faziam-se de difíceis não querendo entregar-se para o prazer). Uma destas infelizes, Vlad Drácula mandou que seus órgãos sexuais fossem extirpados e depois a mesma fora esfolada viva e exposta à multidão de curiosos! 

Costumava também mandar cortar os mamilos dos seios e em outros casos atravessava com um comprido espeto de ferro em brasa a vagina de alguma mulher que sendo virgem, perdera a virgindade em aventuras ocasionais. O espeto de ferro emergia pela boca da vítima!

Não há dúvidas, são relatos horripilantes que uma vez lidos, jamais esquecemos e se fossemos pôr no papel todos os documentos medievais referentes à Vlad Tepes Drácula, teríamos em mãos um dos manuscritos mais horrendos de que se tem registro, e é por isso que o personagem "Drácula" excede em terror equiparado a qualquer outra criatura deste lúgubre universo. 

Drácula é uma lembrança da mais malvada e cruel criatura que já marcou a civilização, e esta sombra vem fascinando os homens sensitivos cada vez mais, apesar de toda a mancha negra que paira sobre a memória desta criatura. O vulto espectral de Vlad Tepes Drácula renasce hoje em histórias em quadrinhos, em pinturas, gravuras, desenhos, gibis, fanzines (que é o nosso caso), livros específicos de vampirismo, literatura gótica, revistas de história, e no cinema, a invenção mais elevada da ciência! 
E nos filmes produzidos, um que realmente dá no que pensar foi Nosferatu (1922)! "Nosferatu, nunca diga esta palavra, evite dizê-la pois ela é como o canto do pássaro agourento da morte..." 
Nosferatu, o sinônimo da peste, doença e morte em massa, um vampiro com dentes de rato, que vive confinado em um velho castelo e dorme de dia em um caixão, e à noite acorda para beber o sangue dos vivos! 


Mas se Vlad Tepes Drácula possuía longos cabelos crespos e um bigode à moda prícipesca da época, Nosferatu é careca e sem o dito bigode. Aqui ele transcedeu como que reencarnado numa imagem de cinema de forma grotesca e agressiva conservando porém o aspecto de nobre ao habitar sempre um castelo! 

As imagens do filme Nosferatu tem o aspecto de um sonho mau, um pesadelo atormentado, mudo, sempre pestilento, mórbido, carregado de imagens medonhas onde o espectador é sempre mais um dos integrantes do enredo... 

Nota-se que através da literatura, Drácula ganhou realmente a imortalidade e a imagem do demônio é apenas uma inspiração de horror grosseira equiparada à sombra de Drácula que foi verídica... 

Mas Drácula não pode carregar sozinho esta reputação de cruel. Outros casos ocorreram de monstruosidades cometidas por outros homens, e o ilustre antropólogo italiano Paulo Mantegazza nos relata o seguinte: 

- "Schaaffhausen fala de um respeitável senhor da Silésia que gostava tanto de sangue humano fresco, que sua mulher compassivamente se fazia sangrar todos os anos, para satisfazer o irresistível apetite do marido antropófago".
- "Os caraíbas preferiam do homem cozido a nuca e o pescoço, outros as nádegas, as coxas e as pernas". 
- "Agradava muito aos habitantes das ilhas Marquesas, o sangue sugado através do crânio, e, em Nukahiva, Krusenstein encontrou devidamente furadas, todas as caveiras humanas."
- "Na África Central, são bocados prediletos os peitos e mãos das mulheres."
- "A carne humana tem sido comida crua e cozida, na Polinésia, os viajantes descrevem complacentemente os guerreiros cozidos no forno recheados de batatas e servidos num tabuleiro com seus ornamentos."
- "Alguns vasos encontrados em antigos túmulos britânicos eram muito provavelmente destinados a recolher o sangue de vítimas humanas."
- "O Rei Peppel do Rio Bonny (África), deu um jantar de gala por uma vitória em que foi feito prisioneiro o Rei Amakrée. Os comerciantes europeus foram convidados para o jantar no qual entre outras coisas, foi servido o coração ainda palpitante, de Amakrée.Comeu-o Peppel dizendo: 'Eu trato assim os meus inimigos!'"  

Vlad Tepes Drácula deve ser analisado não somente pelo seu lado criminoso, mas justo também, pois das ditas "vítimas" por ele mandado empalar, a maioria eram inimigos invasores turcos que também degolavam pessoas sem piedade. 

Vlad, muito antes de exercer o poder obsoluto, fora certa vez capturado pelos turcos othomanos e é muito provável que aprendeu com seus inimigos o uso desmesurado do terror e o profundo desprezo pela vida, quando livre jurou levantar a espada em defesa da cristandade. Mas com o passar do tempo, a antiga Roma e o mundo haviam distanciado-se do "Príncipe Cristão". 

Todas as fortificações mandadas construir por Vlad, além das já construídas por alguns de seus antepassados, eram feitas com muralhas de pedra bruta reforçadas com tapumes para repelir a artilharia dos inimigos. Desta forma, no cume dos Cárpatos erguiam-se imponentes castelos, alguns hoje em ruínas! 
Estes Montes Cárpatos na Romênia parecem ser uma horripilante e arrepiante parada na fronteira oriental da Europa e marcam os limites de um reino preso entre a história e o horror. Ali, naquelas paragens pitorescas envoltas de vegetações diversificadas, numa terra denominada "além dos bosques", Transilvânia, reinou Vlad Tepes Drácula... 

No tempo de Vlad, este, certa vez, mandou recolher e alimentar uma quantidade significativa de mendigos e miseráveis. Após saciá-los, Vlad perguntou a eles: "O que mais vocês querem que eu faça por vocês?". Os miseráveis então responderam já saciados: "Príncipe Vlad, alivia a nosa dor e pobreza!". Vlad então mandou a seus soldados que trancassem todas as saídas do pátio do castelo e mandou que os mesmos ateassem fogo nos mendigos e estes arderam até a morte, sob gritos desesperados e como tochas humanas debateram-se em uma cena cruel e ao mesmo tempo horripilante.
Vlad Tepes Drácula, para afugentar e horrorizar os invasores, mandou empalar mais de 20.000 prisioneiros turcos. Estes ficaram expostos em um vale durante mais de uma semana. Os que presenciaram estas imagens ficavam estupefatos de terror perguntando-se uns aos outros: o que se pode fazer com um homem capaz disto? 

Segue um documentário sobre o conde