quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Crimes Históricos: 6 Notórios e Horripilantes Crimes de 2012 (parte 1)


Não há dúvidas. O ano de 2012 será para sempre lembrado como um ano de crimes horripilantes. Não me lembro de nos últimos tempos ter tido um ano com tantos crimes violentos e macabros. Pais e mães que matam filhos, filhos que matam pais, amigos que matam amigos, mulheres que esquartejam os maridos, homens que comem o rosto de outros, venda de carne humana nas ruas … esse ano teve de tudo.

Neste post faço um review sobre os mais notórios e horripilantes crimes ocorridos esse ano. É claro que não dá para falar de todos os crimes, muitos deles ocorridos mundo afora eu nem mesmo tenho conhecimento. Muitos outros nem temos informações, como, por exemplo, o caso de uma criança indígena de 8 anos queimada viva por madeireiros no Maranhão. Normalmente, crimes envolvendo indígenas, pobres, pretos e outros grupos marginalizados pela sociedade são negligenciados pela mídia, polícia, autoridades, etc. Nem mesmo ficamos sabendo.

Esteja preparado para ver que o mundo não é esse arco-iris colorido que você imagina ser. Vai encarar ?
20 de Julho de 2012. Aurora, Colorado. Estados Unidos.
James Eagan Holmes

Por mais que os Estados Unidos estejam, de certa forma, acostumados com assassinatos em massa, ainda é difícil a sociedade norte-americana aceitar o que aconteceu em um cinema da cidade de Aurora, no estado do Colorado, no dia 20 de julho de 2012. Nesse dia, acontecia a pré-estréia da aguardada sequência de Batman. Vários cinéfilos entraram fantasiados, uns com máscaras, capas, armas de brinquedo … mas um deles não!

James Eagan Holmes, 24 anos, escondia dentro de sua capa preta uma verdadeira coleção de armas.

Nascido em San Diego, Califórnia, Holmes cresceu na cidade de Castroville onde era conhecido pelo seu gosto por futebol. Em 2006, antes de entrar para a universidade, ele trabalhou como estagiário no Salk Institute onde desenvolvia códigos computacionais na linguagem flash para experimentos na área de biologia. Foi descrito pelo seu supervisor como teimoso, pouco comunicativo e socialmente inapto. Em 2010, formou-se com honras pela Universidade da California. Em junho de 2011 ele começou seu doutorado em neurociência pela Universidade do Colorado, na cidade de Aurora. Ele recebeu 40 mil reais para suas pesquisas na Universidade. Ele também foi chamado pela Universidade de Illinois, com uma oferta de 45 mil reais para realização do seu doutorado, mas recusou. Professores da instituição lembram dele devido a uma foto que ele enviou para a Universidade ao lado de uma Lhama.

Em 2012 seu desempenho acadêmico caiu e ele inexplicavelmente abandonou seu doutorado. Em 22 de maio comprou uma pistola Glock e seis dias depois uma espingarda Remington 870. Em 07 de junho comprou um rifle semi-automático Smith & Wesson e uma segunda Glock. Todas as armas foram compradas legalmente.

No dia 10 de julho de 2012, James Holmes enviou um caderno para um psiquiatra da Universidade do Colorado cheio de informações de como ele planejava matar pessoas. Havia ilustrações e desenhos sobre o que ele iria fazer, desenhos e ilustrações do massacre. Esse caderno nunca chegou ao psiquiatra pois ficou retido nos correios.

10 dias depois a polícia recebia chamadas desesperadas vindas de um shopping em Aurora. Um atirador havia aberto fogo contra espectadores dentro de uma sala de cinema. Ao chegar ao estacionamento, um homem vestindo roupas e capa preta, de cabelo laranja, chama à atenção da polícia. É James Holmes, que não resiste à prisão.

“Eu sou o coringa!” Diz ele aos policiais.

12 pessoas morreram no massacre. Outras 58 ficaram feridas.

Lynne Fenton, uma psiquiatra que atendeu James Holmes na Universidade do Colorado, chegou a advertir membros de uma equipe de avaliação de saúde mental de pacientes na universidade sobre o estado mental de Holmes. Entretanto, nenhuma providência foi tomada pois James se desligou da universidade.

Surto psicótico ? Fingimento ? Ou um assassinato meticulosamente planejado por alguém frio e calculista ?

São perguntas que só serão respondidas durante o seu julgamento. Atualmente todos os registros sobre a vida de James Holmes foram retidos pelas autoridades norte-americanas. A operação faz parte dos preparativos para o seu julgamento. Um juiz chegou a impor uma ordem de silêncio sobre o caso.


22 de Julho de 2012. Abuja, Nigéria

Em 2010 uma reportagem da BBC deixou meio mundo de queixo caído. A reportagem da rede britânica revelou que rituais envolvendo sacrifício de crianças em Uganda, na África, são muito mais frequentes do que se imaginava. Um ex-curandeiro, mostrado na reportagem, confessou o assassinato de cerca de 70 crianças, todos para fins ritualísticos. Para muitos outros, a reportagem da BBC não mostrou nada de mais, e só comprovou a existência de uma prática milenar no continente mãe. Esse tipo de ritual, onde crianças são mortas para que seu sangue e órgãos possam ser oferecidos a espíritos ou canibalizados, existe em várias tribos e povos da África. E um assassinato ocorrido em julho de 2012 na Nigéria comprova esse fato.

No dia 22 de Julho de 2012, policiais nigerianos receberam uma denúncia macabra: dois homens estariam andando com uma cabeça humana pelo bairro de Asokoro, na cidade de Abuja, capital da Nigéria.

Homens do Serviço de Segurança do Estado (SSS), começaram a perambular pelo local e logo eles confirmaram a denúncia. Eles flagraram dois homens carregando a cabeça de uma criança.

O que esses dois homens estavam fazendo com uma cabeça ?

O crime tem motivação ritualística. A cabeça do menino seria usada em rituais de adoração a espíritos (ou satânicos vai saber …). Um dos presos, Ishaya Da-Kulung, confessou ter contactado John Yakubu. Ishaya queria uma cabeça fresca, uma cabeça que seria repassada a uma terceira pessoa, provavelmente um feiticeiro (ou algo do tipo). Com a promessa de receber 250 nairas, cerca de R$ 3,30 (isso mesmo! Três reais e trinta centavos), John Yakubu foi até a sua aldeia encontrar uma “cabeça”. Lá, ele enganou seu vizinho de 7 anos de idade, Samu Danjuma.

“Eu cortei a cabeça de Danjuma após enganá-lo perguntando se ele queria comer pão e ele respondeu sim! Então eu comprei um pão por 60 centavos e dei para ele. Quando ele estava comendo eu perguntei se ele queria ir comigo até um rio próximo nadar. Quando chegamos no rio, eu entrei e ele ficou sentado na beira. Falei para ele vir nadar comigo. Eu o afoguei antes de cortar sua cabeça e deixei o corpo no rio.” disse John Yakubu.

John pôs a cabeça em um saco e voltou para Abuja. Encontrou com Ishaya e ambos provavelmente levariam a cabeça até o feiticeiro quando foram parados pela polícia.

Horripilante não ?

14 de Agosto de 2012. San Matías, Bolívia

A história dos brasileiros Rafael Max Dias e Jefferson Castro prova algo que a sabedoria popular já sabe a bastante tempo: O crime não compensa!

De  Várzea Grande, no Mato Grosso, os dois não eram flor que se cheire, principalmente Rafael. A trágica história dos dois começa quando ambos cruzam a fronteira para a Bolívia na tentativa de vender uma moto na cidade de San Matías. A cidade é conhecida como um ponto de esconderijo de bandidos brasileiros que cometem crimes aqui e cruzam a fronteira para se esconderem. É também um ponto de entrada de drogas para o Brasil.

As evidências do negócio ilegal estão por toda a cidade. Em ruas de terra vermelha batida e casas modestas, circulam carros novos, a maioria fabricados no Brasil. E muitos sem placas. Investigações da polícia brasileira indicam que San Matías e San Ignacio são as principais cidades do outro lado da fronteira que mais recebem bens roubados no Brasil. Muito provavelmente a moto que a dupla brasileira tentava vender na Bolívia era roubada.

Eles encontraram com 3 bolivianos que queriam comprar a moto. Eles eram:

Paulino Parabá, 33 anos,
Édgar Suárez, 26 anos e
Vanderley Costa, 27 anos.
Os 3 começam a negociação mas Rafael não gosta da proposta dos bolivianos. Os 5 homens começam uma discussão. Rafael saca o revólver e mata os 3 bolivianos. Os dois brasileiros fogem e se escondem na mata boliviana. Policiais vão no seu encalço e cercam os dois numa mata. Rafael atira até a bala do seu revólver acabar. Os 2 então são presos.

A história dos dois criminosos poderia ter terminado aqui. Mas se a história dos dois tivesse terminado aqui, com certeza eu não estaria aqui escrevendo sobre os dois. Quer saber porque eu estou escrevendo sobre eles ???

Rafael e Jefferson foram levados para a pequena cadeia de San Martin e trancados numa cela. Talvez a cadeia de San Martin não tenha o tamanho da sua sala de estar, caro leitor. Toda cidade possui apenas 10 policiais. O que isso quer dizer ? Isso quer dizer que quando uma multidão enfurecida, de mais de 300 pessoas, chegou na delegacia para fazer justiça com as próprias mãos, os policiais não puderam fazer nada!

“Era impossível controlar esta gente. Temos sete policiais, nada mais.” Disse o policial boliviano Grover Ramos.

O que a população enfurecida fez com a dupla brasileira ? Eles fizeram isso:

Enfurecidos pelas mortes dos 3 bolivianos, mais de uma centena de moradores invadiu a cadeia de San Matias para vingar a morte dos conterrâneos. Os brasileiros foram brutalmente espancados pela multidão na frente da delegacia. Os poucos policiais não puderam fazer nada. Após serem linchados, a população encharcou o corpo dos dois com gasolina e ateou fogo nos dois ainda vivos.

O assassinato dos brasileiros causou desconforto entre os dois países.

“O Governo brasileiro tomou conhecimento, com grande consternação, do assassinato dos cidadãos brasileiros Rafael Max Dias e Jefferson Castro Lima, por moradores da localidade de San Matías, na Bolívia, próximo à fronteira com o Brasil, quando se encontravam sob detenção em prisão local. A embaixada em La Paz foi instruída a manifestar às autoridades bolivianas repúdio ao crime contra os cidadãos brasileiros e a insistir que adotem medidas para evitar que ocorram situações similares”, disse em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores brasileiro.

A Polícia Federal chegou a mandar agentes para a cidade para acompanhar as investigações sobre a morte da dupla pela polícia boliviana e confirmou toda a história. Dias depois os corpos dos dois brasileiros foram exumados e trasferidos para o Mato Grosso.

Com relação a esse caso, o que eu tenho para dizer é o seguinte. Não é porque é um bandido, estuprador ou assassino, que merece morrer. Não se combate um crime realizando outro. Isso não é justiça, isso é assassinato. Matando-os, aquelas pessoas, que se barbarizaram com os assassinatos cometidos pela dupla brasileira, nada mais fizeram do que se rebaixar ao mesmo nível deles, o de assassinos. São tão assassinos quanto eles. E lugar de assassino é onde ?

Continua na sexta... 
FonteO Aprendiz Verde